Passei das nuvens outra vez e pensei em você. Aquele poema que fiz, foi você que fez. Eu sei porque não sei como se faz um poema tão grande como aquele. Eu declamo o poema e choro como se fosse você que declamasse. As pessoas que ouvem também choram. E choramos você com poesia. É tão bonito chorar uma pessoa com poesia. Você é o primeiro poema que me fez chorar. Ou o segundo, talvez. Foi com você que aprendi a chorar assim, rindo, gargalhando o amor. Na minha lembrança, eu escrevi só um verso: “meu pai precisa de um poema pra caber”. E você desceu dos céus cantando o poema e compondo os versos que eu transcrevi. “Pois cabe sim, pois cabe sim.” E você coube não cabendo. Tanto é que você está aqui agora, nesse meu outro poema ainda terminando de caber.
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