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Lucão

A fluidez certa



Quando eu olho para os livros na minha pequena biblioteca particular, vejo que mesmo que eu não leia de tudo, mesmo que eu não goste de toda a literatura, gosto de muita coisa.


Nas minhas estantes tenho livros de poesias, ensaios, romances, crônicas… Tenho literatura clássica, moderna, contemporânea. Tenho muitas autoras nacionais, mas também estrangeiras, francesas, americanas.


É uma variedade grande de livros que guardo em casa. Gosto de variar. Na literatura e na vida também.

Quando penso nas viagens, nas roupas, nos amigos, nos cafés que eu tomo, na rotina que tenho, percebo a mesma coisa, que eu gosto e preciso variar. Preciso mudar o rumo de tempos em tempos para não me cansar. Ou para seguir mais animado.


Também não é à toa que sou poeta, cronista e romancista. Meu gosto de leitor e minha forma de existir se refletem diretamente na minha escrita.


Essa é a minha fluidez. Mas não precisa ser a sua.


O que quero dizer é que muitas vezes desenvolvemos nossas habilidades baseados em fórmulas que não se conectam com nossa forma íntima de ser. E, por isso, temos dificuldade em avançar com elas, pois não fluem e não se conectam com nossa forma de existir.


Imagina na escrita.


Não há fórmula exata que funcione para tanta gente quando a ideia é escrever melhor. Como faz para escrever melhor? Eu recebo muito essa pergunta. Mas não há resposta exata para uma questão tão ampla. Escrever é uma atividade íntima, diretamente conectada a como existimos no planeta.


Se o meu ritmo é mais lento, se gosto das coisas menos apressadas, se gosto de tomar café com calma, de ler um livro devagar, de acordar num ritmo mais demorado, minha escrita naturalmente seguirá esse ritmo. Do outro lado, se tenho pressa, se faço as atividades em um modo mais acelerado, se penso rápido, se preciso dar vazão aos pensamentos, minha escrita seguirá outra fluidez.


Escrever exige fluxo. E para encontrar esse fluxo, essa forma que vai melhorar nosso hábito com as palavras, precisamos entender quem somos, nossos gostos e desgostos.


Escrever um texto qualquer é mais fácil. A qualquer hora do dia, posso pegar uma caneta e um papel e escrever. Mas escrever continuamente exige um fluxo. E esse fluxo está diretamente ligado a compreender quem sou, como funciono, como não funciono, minhas paixões e desilusões, minha família, minhas relações, minha rotina…


Quando minha vida se encontra com essa forma específica de escrever, a escrita flui. Quando sei o que preciso ler para ter mais vontade de escrever, a escrita flui. Quando conheço meus melhores horários e locais de escrita, flui. Quando sei os assuntos que me interessam, flui.


É preciso encontrar esse fluxo. E ele é diferente para cada um. Por isso, nos cursos, antes de ensinar sobre a escrita, gosto de saber quem são as pessoas que irão escrever. A partir das histórias que me contam, ensinar fica mais fácil.


Sim, é preciso encontrar o seu fluxo. Mas que a preguiça não seja uma desculpa para escrever pouco. Escrever pouco não é fluxo. É só preguiça mesmo.


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A fluidez poética certa


Na poesia é igual. Há muitas formas de escrever poesia. Quem diz que não consegue escrever poeticamente ainda não encontrou sua forma. E isso é o que mais me alegra a escrever: encontrar minhas formas, com estruturas e temas que me animam mais. Em julho, a oficina “Versos e Memórias” volta ao meu calendário de cursos. Darei essa turma de escrita para aprendermos sobre a escrita poética. Um curso bonito para quem quer refinar a escrita. As inscrições estão abertas exclusivamente para os assinantes dessa news, com valor promocional para as primeiras vagas. Saiba mais aqui e reserve sua participação > > >

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