"Quem diz que a poesia só nasce da dor, me lembra daqueles fãs que só escutavam uma música da banda." (Lucão)
Hoje vou compartilhar com você uma ideia importante que sei sobre poesia, que não tem nada a ver com dor. Nem com alegria.
Aliás, me lembrei de um trecho do poema "Motivo", de Cecília Meireles que combina com essa ideia:
"Eu canto porque o instante existe e a minha vida está completa. Não sou alegre nem sou triste: sou poeta."
Com Cecília, fico com vontade de não dizer mais nada. E é isso que um bom poema nos oferece, uma síntese tão forte que não precisa dizer muito para nos fazer pensar...
Mas, voltando, poesia não tem nada a ver, especificamente, com a alegria ou a tristeza. Poesia é antes disso. É um jeito de olhar para o que acontece na vida. É um jeito interessado de encontrar, nos vários acontecimentos, as belezas. Por isso, a poesia não tem nada a ver com alegria ou tristeza. Pois há poesia em tudo, mesmo que isso pareça um clichê.
Quando aprendi que havia poesia em tudo, minhas inspirações ficaram maiores. Já escrevi depois de um término de relação. Mas também, nos recomeços, nos meios, nas ante-salas de uma clínica oftalmológica, no meio do mato, no meio de uma discussão, no meio de um telefonema com minha mãe, depois que o meu pai se foi, no meio de uma saudade...
Há beleza em tudo, na alegria e na tristeza. E poesia está bem próximo disso aqui: de conseguir enxergar as belezas que existem em todos os cantos e cânticos. Foi pensando nisso que escrevi os versos do começo: ""Quem diz que a poesia / só nasce da dor, / me lembra daqueles fãs / que só escutavam / uma música da banda."
Eu já fui um desses fãs, que só escutavam uma música da banda. E perdia todo o resto do álbum, não virava o disco, não saboreava a beleza que havia dos outros lados.
Poesia é uma forma de olhar para o que acontece — fora e dentro. E de conseguir colocar em palavras aquilo que só a gente enxerga. Por isso é tão bonito escrever poesia, pois é o nosso olhar voltado para o mundo (com pitadas de recursos da escrita literária, de figuras de linguagem e de estilo, mas isso é outro assunto).
Então, vou deixar uma pequena dica para você começar a escrever seus versos alegres ou tristes. Quando for escrever, se pergunte um pouco mais: o que só eu consigo ver? O que só eu consigo sentir? O que só eu consigo escrever?
Nem alegre nem triste: escritora.
Você, poeta, sim! Vem aí, a última turma de poesia do ano
As inscrições para a minha última turma de poesia do ano já estão abertas. O curso de escrita "Eu, poeta" é meu curso de poesia, onde aprendemos sobre a escrita dos versos, a como colocar em palavras suas inspirações poéticas. Serão 4 encontros on-line, em 8h de curso, para desenvolvermos um caminho mais fácil para escrever poesia.
"Como a água bebida na concha das mãos" (M. Quintana).
Estudaremos poetas como Adélia Prado, Ana Martins Marques, Elisa Lucinda, Mario Quintana, Manoel de Barros e os meus próprios poemas, para compreendermos de onde vem a poesia e como podemos alcançá-la. É um curso saboroso, para você curtir e se tornar poeta. Acredite! :)
Te espero! O link para as inscrições está aqui. Acesse, veja todo o plano do curso e reserve sua cadeira nesta última turma de poesia do ano. Te vejo, poeta.
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