Nessa foto não há velho. Há gente. Gente atual e gente antiga. Eu vejo, ao fundo, algumas pessoas andando em direções opostas, sem identificar direito suas durabilidades. Vejo uma rua antiga, com piso irregular, uma rua com cara de calçada, uma calçada com cara de rua, não sei. Vejo pedaços dos prédios também antigos, mas ainda fortes, de pé. E vejo uma pessoa antiga, forte, de pé, sobre uma bicicleta também antiga, forte, de pé. Uma história que pedala sobre a cidade. Que repete esse caminho há anos, que se esforça e segue.
Eu vi muito disso nessa minha viagem, gente mais antiga indo, voltando, a pé, pedalando. Casais de histórias longas indo sozinhos a restaurantes. Sentando sozinhos, um de frente paro o outro, sem aquele tanto de família ao redor, de filhos e netos, e comendo sozinhos, entre uma taça de vinho e uma prosa.
Eu vi muita coisa de antigamente ainda acontecendo durante essa minha viagem. E achei tudo tão antiquadamente bonito.
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