Se o Caminho fosse só a caminhada não teria graça. A caminhada é muito dura, cansa, machuca...
O que dá graça ao Caminho são as experiências ao redor da peregrinação: as amizades, os sabores, as paisagens, as cidades.
Quanto mais você se abre para desfrutar a jornada, mais experiências você vive.
Me lembro de um amigo espanhol, o Moisés, que sempre lembrava: "hay que desfrutar!"
Não planejava parar em Villafranca no último ano que fui. Estava com Anna (Nova Zelândia) e Jane (Irlanda). Mas quando chegamos à cidade, mudamos de ideia. Decidimos ficar.
Descobrimos um albergue que ficava próximo a um riacho. Passamos uma hora banhando e esfriando o corpo nas águas geladas do riozinho. Não tinha ninguém nesse lugar, indicado pelo hospitaleiro do albergue.
Depois voltamos ao albergue, almoçamos, descansamos e fomos a essa praia da foto. E passamos o resto do dia por ali, desfrutando da mudança de planos repentina e maravilhosa.
O Caminho não ensina a desfrutar. Muitos peregrinos não desfrutam. Quem ensina mesmo é a vida.
Muitos passam pelo caminho (e pela vida) sem desfrutar, sem viver as experiências da jornada. Caminham caminham caminham mas nunca chegam.
O importante no caminho não é chegar. É desfrutar da caminhada.
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