Estou para escrever o meu maior poema de amor. Se eu já te escrevi um poema de amor, espera! Eu vou falar de coisas bem mais infinitas que o mar, mais doces que um balde cheio de jabuticabas doces e mais vitais do que você pra mim. Espera! Nesse meu poema, nuvens, flores, pássaros, mesas de café da manhã vão desaparecer, de tão banais. Quando eu falar do seu beijo e limpar as salivas que vão escorrer enquanto escrevo sobre as nossas bocas que se comem, as jabuticabas mais doces, do pé de jabuticaba da melhor safra, do maior produtor de jabuticabas vão amargar. Espera! A sua voz no meu poema vai atormentar o sistema de previsões meteorológicas e fazer chover sem parar. Choveu por meses depois que você ventou sua voz ao falar sobre a doçura das jabuticabas. Mas espera! Gastarei tantas palavras pra falar de amor, mas bastaria o seu nome, o seu mais doce nome para o poema de amor exagerar. Poemas de amor sem o seu nome são a maior mentira que os poetas de amor aprenderam a contar.
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