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Lucão

Nem todo mundo quer dinheiro

​Hoje, não se fala em outra coisa que não seja dinheiro. Direta e indiretamente, os assuntos do momento são grana, verdinha, dinheiro e bufunfa, respectivamente.

Os EUA escolheram um presidente bom de ganhar dinheiro. Um magnata, que só pensa em dinheiro, mulher e dinheiro. Não pensa em respeito, em educação, em dialogar e resolver os erros históricos que o país cometeu e ainda repete com negros, mulheres e imigrantes… Não! Só se fala em dinheiro e em como enriquecer ainda mais uma potência que está abarrotada de verdinhas. No Brasil, o governo está tomando medidas importantes para… ganhar dinheiro, tirar o Brasil do “negativo” e lucrar. A pauta do congresso é dinheiro. Aumento dos dinheiros que eles próprios recebem, ajuste no dinheiro dos seus amigos, assessores, juristas, empresas… mas fizeram uma pausinha nos dinheiros que vão para a educação, saúde, cultura e tudo que precisa de investimento, mas que, infelizmente, não gera a grana que o país precisa agora. Os investimentos estão paralisados porque os nossos representantes acreditam que o país precisa agora é de dinheiro. Prenderem o Eike Batista, o cara que já foi um dos homens mais ricos de dinheiro do mundo. E o prenderam por excesso de dinheiro, ganância e por ter, supostamente, desviado uns dinheirinhos com a turma que decide pra onde vai a nossa “fortuna”. Nas empresas o dinheiro também é um assunto insistente. Aliás, a maioria das empresas só existe para isso, fazer a grana circular. Para quem paga e para quem recebe, a pauta é dinheiro. O funcionário quer uma oportunidade melhor para aumentar seu “faz me rir”. A empresa quer crescer para ter um pouco mais de bufunfa e, assim, aumentar seu negócio para ficar ainda mais lucrativo. Por fim, com o lucro, a empresa se reestrutura e cresce para faturar uma graninha a mais (dinheiro gera dinheiro). No entanto, a única coisa que talvez realmente não falte no mundo é grana. Falta água, faltam as verdinhas das florestas, falta educação, cultura, distribuição de renda, de oportunidade, honestidade e respeito. Falta entender que também é lucrativo construir uma sociedade que aprenda a viver com menos, sem desperdício, com equilíbrio. Que o lucro de uma sociedade assim está nos bens que não podemos comprar, como o amor, o afeto, o carinho, a solidariedade. E também nas que podem ser compradas, como produtos melhores, mais sustentáveis, que nutram, protejam e durem mais. Uma sociedade que não joga dinheiro fora também é lucrativa. Quando o único assunto é dinheiro, quando o progresso do sistema e das pessoas está pautado somente pela grana, pelas relações econômicas, todos empobrecem. As relações se monetizam e passam a girar somente ao redor de ganhar ou perder. Dinheiro. O amor, o respeito, o pensamento, a cultura, a arte, o esporte, a reflexão, tudo vira secundário em uma sociedade endinheirada. E uma sociedade que só pensa em lucrar, não consegue produzir outra coisa senão ricos e pobres. Mais nada.

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