Erramos pouco. Ou nos culpamos muito pelos nossos erros. Mas acontece que os erros são vitais. Na escrita, então, são fundamentais.
Na hora de escrever, errar é um princípio. Mas o que percebo é que as cobranças externas, no trabalho, na casa, na família, acabam se refletindo na escrita.
Acontece que não há boa escrita sem o erro. Na escrita literária então, o erro é a faísca de um bom texto. Um bom texto nada mais é do que a mistura de uma boa ideia com uma boa arquitetura de palavras. Essa junção só será interessante se as ideias e as formas surgirem a partir de algo inesperado, surpreendente, novo, fresco... Um erro.
Não há na literatura uma pessoa que possa contar sua história de sucesso sem falar dos fracassos*, dos erros. As boas ideias não nascem boas, nascem banais, de brincadeiras, de suposições, de absurdos.
Porque escrita é muita coisa. É colocar sobre a mesa todas as ideias, depois se divertir com elas até dar ao texto um caminho mais maduro, mais consistente, firme. A literatura só acontece no final dessa jornada.
A ideia de errar para escrever serve para qualquer texto. Quem pensa que não é capaz de escrever está dizendo, simplesmente, que não é capaz de errar. E não se propõe a fazer a jornada que todo bom texto faz, de uma ideia aparentemente errada, banal ao esforço de transformar aquele broto em flor.
No fim, eu queria dizer aqui que, na escrita, errar é bonito. Ou como disse outra vez um poeta do sertão: "Se errar, tanto faz".
Certo?
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